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Oficinas CEM 02 de Planaltina – abril/maio de 2018

Após os encontros de leitura e elaboração, nos preparamos para a oficina, que foi dividida em três atividades às sextas-feiras, no contra-turno das aulas da professora de filosofia Bianca Machado.


No primeiro encontro, dividimos os estudantes em dois grupos e iniciamos uma primeira leitura dos mapas, da localização esquemática de Planaltina como região administrativa do DF, passamos a um plano mais geral com vistas de satélite do relevo, até chegar à própria cidade de Planaltina. Os slides foram projetados sobre folhas brancas, permitindo aos participantes que desenhassem livremente seus contornos e acrescentassem informações, a partir de pintura e colagem, para essa intervenção, cada grupo recebeu uma caixa de materiais com cola, tesoura, papéis coloridos e revistas, tinta guache, pincéis marcadores e giz pastel.


Os dois grupos de estudantes produziram mapas inventariando e localizando os elementos de Planaltina e, posteriormente, selecionando o que, na interpretação deles, faltava à cidade. Nesse primeiro contato, ficou claro que os aspectos relativos ao lazer eram preponderantes. Em um dos grupos, antes mesmo de se iniciar o inventário do que havia na cidade, já estava no mapa a palavra CINEMA, como lacuna fundamental. Seguiu-se, depois, a citação de shoppings, lugares para festas, museus, quadras esportivas, áreas verdes etc.


No segundo encontro, entre os mapas de Planaltina projetados, estavam também aqueles produzidos por eles na primeira etapa. Ou seja, agora se somava um novo elemento aos aspectos originais da cidade e do território – aqueles novos aspectos que eles mesmos haviam levantado. Após um debate sobre as cidades construídas, uma equipe investigando o que a outra propôs, os grupos produziram um segundo mapa.


No terceiro encontro, com a disposição dos quatro mapas criados anteriormente na parede, houve um debate sobre a cidade real e as cidades imaginadas. Os estudantes foram convidados a defender o espaço urbano que criaram e explicitar os aspectos mais relevantes do que incluíram ou excluíram dos seus mapas imaginários .


Se, por um lado, a divisão em três encontros possibilitou uma proximidade grande com os estudantes, cujos nomes já sabíamos durante o processo e que foram, assim, entrando paulatinamente na atividade como interlocutores ativos; por outro, houve certa sensação de repetição, principalmente por não termos conseguido elaborar e pôr em prática a segunda etapa, na qual um grupo deveria discutir as ideias do outro e, desse modo, repensar suas prioridades. De qualquer modo, de um encontro para outro, sempre novos participantes apareceram, o que enriqueceu o percurso geral.


Outro elemento que destacamos nas nossas avaliações concomitantes às atividades foi o uso de revistas ilustradas para colagem: se as revistas introduziam elementos externos às vezes pouco refletidos e apenas assimilados como imagens interessantes, também colocavam na pauta uma espécie de inconsciente coletivo, trazendo à baila situações históricas e cotidianas para dentro da atividade. Discutimos, ainda, o nosso papel como oficineiros nesse trânsito de informações. Todas essas reflexões estão sendo elaboradas por Luiza Lorentz, cuja monografia de final e curso versa sobre a experiência pedagógica das oficinas.


Do debate final dos estudantes do CEM 02, ressaltamos o confronto entre inventário do existente e reelaboração imaginária. Entre o possível e o ideal, os estudantes equacionaram vários dos problemas de suas cidades. Para dar uma dimensão mais viva do trabalho, Ana Paula Lopes está produzindo um minidocumentário que disponibilizaremos em breve.


(Fotos: Maria Helena Almeida Freitas)



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