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Oficina sobre utopia no Centro Educacional 11 de Ceilândia (EQNP 01/05, Setor P, Ceilândia-DF), 29

Nos dias 29 de março e 05 de abril deste ano de 2019 realizamos a oficina sobre utopia com alunos de Ceilândia. O foco foi a noção de utopia, baseado no icônico livro de Thomas More, A Utopia (1516), no livro de Luca Mori, A utopia das crianças (tradução em andamento) e nas “chaves do urbanismo” constantes da Carta de Atenas, que listou as funções que as cidades devem desenvolver: habitar, trabalhar, recrear-se e circular.




Inicialmente, foi feita a leitura (pela professora Priscila) do conceito de utopia e a atribuição de seu criador (More). Após conceituar a utopia como esse não-lugar passível de ser criado por nós, foi transmitido um vídeo sobre as oficinas do projeto A quem pertence a cidade? , que deu o mote para a exposição das funções sociais da cidade, que constam da Carta de Atenas (1933).


Feita a parte teórica, os alunos da turma foram separados em 2 grupos, sendo que cada grupo deveria identificar os pontos geográficos de Ceilândia e, após isso, sem censura, criarem a cidade que eles desejassem. Após o desenho da nova cidade, cada grupo defendeu sua cidade e ocorreu um debate entre eles, apontando equívocos da cidade sonhada. Em seguida, os grupos trocaram de mapa e tiveram que defender a cidade do outro grupo. Assim, cada grupo experimentou a sensação de construir, rever e reconstruir uma cidade, algo que não foi possibilitada a eles pela estrutura social desigual, injusta e racista.



Minhas impressões sobre essa experiência: creio que a imaginação política é muito difícil de ser exercida, os alunos ficam reféns da cultura de massas, da internalização da estrutura social desigual e exploradora; a utopia para eles não tem o sentido de algo que não existe ainda, mas algo que é impossível e surreal; assim, a nova cidade deles é repleta de lugares conhecidos.

Eu entendo que a oficina tinha a intenção de trabalhar a pedagogia do conceito de utopia, dando a possibilidade de recriação dele. Mas acho que podemos nos apropriar desta experiência de maneira mais ampla. É um desafio, mas creio que a experiência da oficina de utopia/imaginação política poderia ter um tempo de execução mais amplo, buscando investigar múltiplos conceitos filosóficos (tanto em política quanto em artes). Essas investigações me levaram a propor uma outra atividade nos mesmos moldes na escola(CEMEIT/ SEEDF). O relatório completo está na bibliografia do site.


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